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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Vira Casaca


Por ter feito jornalismo esportivo por muito tempo, sou uma das ainda poucas mulheres que discutem, por exemplo, um impedimento.

E aproveitando a palavra, conforme as barreiras mundiais vão sendo derrubadas, menos preconceito existe, e para não perder a piada, menos impedimento há em mudarmos.

Podemos por exemplo mudar de sexo.

Uma mulher querer virar homem já não é visto como absurdo.

O contrário, também pode se dar tranquilamente, com direito a novos documentos e novo nome.

De família é super comum, praticamente fazendo se sentirem “diferentes” aqueles que não mudaram, mantendo-se no formato original.

Se quisermos trocar a religião, também seremos bem vindos, vistos com ótimos olhos pela futura, a escolhida – como se a anterior fosse errada.

Partido político, nem se fala!

Agora com essa nova resolução da justiça, impondo a fidelidade, diminuiu bastante, mas se cumprirmos as exigências, mudamos e tudo bem, não haverá retaliação alguma.

Jogadores de futebol são os campeões em mudanças.

Trocam de clube descaradamente, mesmo depois de beijar seu escudo demonstrando verdadeira paixão.

Agora, se um vascaíno resolver torcer pelo Flamengo, ou um flamenguista for para o Fluminense, ou um tricolor se decidir pelo alvinegro, dá morte e tudo!

Tem até verbete: vira casaca

Afinal, dirão os leitores, isso é delito seríssimo, 21, ou melhor, 42 pontos na carteira!

Incrível não?

Porque alguns tiveram que decidir seus times ainda nas fraldas, quando seus pais praticamente os obrigaram a usá-las nas cores dos seus clubes prediletos.

Fica comprovado então que na opinião da maioria, tudo é menos importante que futebol.

Talvez venha daí a expressão: pátria de chuteiras!



Claudia Cataldi é jornalista e presidente do Instituto Responsa Habilidade.
www.responsahabilidade.org.br
presidencia@responsahabilidade.org.br
Twitter: www.twitter.com/ClaudiaCataldi

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